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Um comercial burro, por favor – o ponto de Nizan Guanaes

As entrevistas de Nizan Guanaes e Roberto Justus ao jornal o Estado de São Paulo no fim de 2007 e a entrevista de Nizan no Multishow (abaixo), são muito significativas e reveladoras do mercado publicitário nacional.
Em linhas gerais podemos afirmar que o pensamento destes dois grandes do nosso mercado publicitário é o seguinte: nossa publicidade deve continuar como é, tanto em seus modelos de remuneração como em seus modelos de ação e ainda ser simplória e até burra e imbecil (ambas palavras de Nizan) quando necessário.
Neste vídeo Nizan afirma isso com todas as letras e sem pudores (entre 4:40 e 6:00):


Gostaria de me focar no argumento de Nizan:
Ele afirma que “nem tudo tem de ser criativo”, que a necessidade constante de algo criativo e inteligente é coisa de amador ou de inseguros.
Ouvindo isso pensei o seguinte: gosto de cinema, mas não conseguiria assistir apenas Fellini[bb], Antonioni[bb] ou Godard[bb] o tempo todo, por exemplo, as vezes preciso assistir coisas como Juno, Star Wars[bb], Rocky I[bb] (apenas o I!), Esqueceram de mim[bb], os filmes de Woody Allen[bb], etc., etc. Adoro literatura, mas não conseguiria ler todos os dias Dostoiewsky, Tolstoy, Ezra Pound, Haroldo de Campos, as vezes me basta Jô Soares, Agatha Christie, Julio Verne. O que se pode dizer destas segundas opções? Certamente dizer que não são criativas ou inteligentes seria um absurdo, elas ao contrário são extremamente inteligentes, o que elas não tem é a pretensão ou pompa que por vezes as primeiras têm, mas é sua liberdade, leveza e inteligência que as fazem tão interessantes nos momentos em que estamos dispostos a grandes empreitadas intelectuais, mas também quando queremos apenas um passa-tempo.
Para usar ainda as palavras de Nizan, é verdade que talvez eu não queira uma comida super elaborado o tempo todo, por vezes um misto-quente, ou arroz com feijão são o ideal, mas sempre e desde que muito bem preparados, muito bem temperados.
A inteligência e a criatividade não são inimigas da simplicidade, ao contrário, a ignorância e incapacidade é que fazem questão de se esconder atrás da complicação e super elaboração, mas confundir o simples com o simplório é inconcebível, um é inteligência aplicada, o outro é incapacidade aplicada.
Nizan e Justus estão no topo de nosso mercado publicitário e defendem um modus operandi antiquado e simplório, azar o nosso, ou o deles, afinal, quem está acompanhando a Proxxima 2008 ouviu Bob Garfield e Walter Longo falando no fim deste modelo de negócio que beneficia mais as agencia de publicidade, que cliente e consumidor. Justus diria, como já disse, que os novos modelos publicitário não são adequados ao nosso mercado atrasado, que não estamos prontos para essas mudanças.
Acho que quem não está pronto são muito mais eles, agências, e os próprios clientes do que o consumidor. Talvez Nizan diria que sou ingênuo, inseguro ou amador.
Veremos!

As outras partes da entrevista de Nizan podem ser vistas aqui: Parte 2 e Parte 3.
A entrevista de ambos ao Estadão podem ser vistas aqui: Intro, Nizan e Justus.

Ainda sobre este assunto quero recomendar os posts:
+ Nizan tem um ponto – do blog Estalo
+ Um próspero 2008 [para a Ivete, para o Nizan e para o Justus] – do Blog de Guerrilha
Ambos os posts me serviram de base e estímulo para produzir este que vocês acabaram de ler.

2 comentários:

At 22 de março de 2008 às 01:22 Tiago Moralles said...

Mandou bem aqui heim Rodrigo.
Parabéns pelo post.
Abraços.

 
At 24 de março de 2008 às 17:27 Anônimo said...

Acho esta uma discussão muito importante e que deve sempre ser levantada e é importante, também, a participação dos leitores.
Obrigado pela visita Tiago!

 

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